Irrita-me a crónica pasmaceira do mundo
Quando sou mais do que ele, no fundo
Eu, o senhor de universos de quem sou Deus
Jamais me prostrarei viver em mais um dos teus
Eu, mago ilusionista que vos ouso lograr
Mesmo que como um filho-da-mãe vos faça sonhar
Mundos aquém da linha onde a vista vai terminar
Inspira-me, faz-me acordar ou recriar
Sobe, segue murmurando o diz parar
Extasiadamente, fitando todo o anel armilar
Num fantástico jogo em que só eu vou jogar
Sou um guardador de rebanhos
Cujos só a mim desejam guardar
Senhor dos mundos e do meu despertar
Notável filho-da-mãe que vos deixa sonhar
Com sem ti
Não! Não! Não!
Outra vez sem intento te revi
Cândido tom de quem não esqueci
Frio no distante frio que me separa de ti
Sôfrego devaneio de lucidez em que és real
Leanor, mulher, tu que nunca tiveste côr
E depois o ofegante silencio da respiração
Que me devolve à malfadada razão
Majestoso eu letárgico e quase caquético
Lúcido alienado messias profético
Homem com máscara de emoção de ser poético
Serenamente incólume reserva para gente de outra nação